sábado, 5 de maio de 2012 6h271a

CAMPANHA DA GRIPE h647


SAÚDE l3w24

Para ar o inverno sem gripe w156s

Campanha começa no sábado e pretende imunizar 46.607 pessoas em Santa Maria, entre crianças, gestantes e idosos 694e9

Ela garante uma agem pela estação mais fria do ano sem sobressaltos, é quase indolor e gratuita para idosos, gestantes, crianças entre 6 meses e 2 anos e profissionais da saúde. Trata-se da vacina da gripe. Neste sábado, acontece uma espécie de dia D da Campanha Nacional de Vacinação. Só em Santa Maria, serão mais de 25 locais (leia quadro abaixo) para a aplicação da dose. A meta é de imunizar 46.607 mil pessoas na cidade. Apesar de a data oficial da largada ser sábado, a prefeitura se antecipou e levou antes a campanha para o interior do município: as primeiras doses foram distribuídas por meio de mutirões ainda na quinta e sexta-feira nos distritos. A campanha vai até o dia 25 de maio.

Uma das primeiras a receber a dose foi a agricultora aposentada Aleida Sai Cela, 66 anos, que, na última sexta, pulou cedinho da cama e foi à unidade móvel, que estava na localidade de Conceição, no distrito de o do Verde.

– A gente tem de cuidar da saúde. Acho bem importante (a vacinação) e é gratuita, então, é melhor prevenir – ressaltou, sorridente, a aposentada.

De acordo com a enfermeira Ana Motta, responsável pelo setor de Imunização da Secretaria de Saúde de Santa Maria, a dose protege contra três tipos do vírus Influenza, entre eles o H1N1 – conhecido como Gripe A – e outros dois tipos de gripe sazonal.

– Vale enfatizar que o vírus é circulante. A vacina é anual. O prazo de validade é curto. As pessoas têm de se atualizar, senão deixam de estar imunizadas – salienta a enfermeira Ana Motta.

Segundo o governo do Estado, a meta no Rio Grande do Sul é imunizar cerca de 1,9 milhão de gaúchos – sendo 1,4 milhão de idosos, 128 mil gestantes, 202,7 mil crianças, 19,6 mil indígenas e 137,7 mil trabalhadores de saúde. O objetivo é vacinar pelo menos 80% da população de cada grupo. Quem não está incluído no grupos considerados pelo Ministério da Saúde (detalhes sobre a vacina na página ao lado) como sendo de maior risco, pode fazer a vacina em clínicas particulares. Os valores variam de R$ 35 a R$ 60, dependendo da faixa etária.

SEGURANÇA. 4i405a



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Contra a saída dos 50 PMs 1v414q

Executivo, Câmara e entidades de Santa Maria enviaram ao Estado carta de repúdio a empréstimo de policias 42351b

Na sexta-feira, no mesmo dia em que, extraoficialmente, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul confirmou que 50 policiais militares da região iriam atuar na força-tarefa na Capital e cidades vizinhas, uma carta de repúdio à iniciativa foi assinada pelo prefeito de Santa Maria, presidente da Câmara de Vereadores e por líderes de várias entidades representativas, e endereçada ao secretário de Segurança Pública, Airton Michels.

O documento diz que a medida é contraditória e preocupa diversas entidades. Em um trecho, o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) afirma que “medidas são tomadas em favor da segurança, tais como a criação da guarda municipal e central de videomonitoramento, entretanto, todo esse esforço ficará prejudicado se ocorrer à remoção desses policiais.”

Entidades – O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, considera a situação preocupante.

– Lotar dois ou três ônibus de policiais e ficar para lá e para cá indica total falta de planejamento e política de segurança pública. Retirar os militares daqui nos deixa com sentimento de preocupação e desproteção – diz Pacheco.

Para o coordenador da União das Associações Comunitárias (UAC), Rodrigo dos Santos, a cidade não poderá ficar desguarnecida.

– Sabemos que Santa Maria tem um dos maiores efetivos do Estado, tanto que existe ree em outros momentos como na Operação Golfinho. Porém, lugar de PM é aqui, fazendo a segurança nas ruas. Não deve nem estar fiscalizando o trânsito. Sou totalmente contra esta remoção, mas se a BM não tiver outra saída, deve, primeiro, dar garantias de que a comunidade não será prejudicada – considera Santos.

A remoção dos policiais está confirmada. Porém, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo Central (CRPO/Central) em Santa Maria ainda não sabe quando nem quantos militares devem ser levados à Capital. Conforme a SSP, o secretário Michels não havia assinado, até as 18h de sexta-feira, o documento referente às remoções, por isso, a BM não podia confirmar os dados referentes ao número de policiais que devem ser removidos.

Conforme o comandante do CRPO/Central, coronel Jaime Machado Garcia, embora a força-tarefa inicie na segunda-feira, os militares não precisam necessariamente estarem todos lá neste dia. Ele diz que ainda é precisa definir detalhes como alojamento, transporte e outras questões, para, depois, receber os PMs na região.

Ele ameniza a preocupação das entidades dizendo que há alternativas para conter os crimes na cidade.

– Não estou preocupado, pois temos uma carta na manga para não sermos afetados com esta medida – conta o coronel, sem revelar qual seria a inciativa.

A SSP pretende reunir os homens na segunda-feira. O efetivo deve ar por um treinamento de dois dias para, depois, ar a atuar em Porto Alegre e cidades vizinhas a partir de quarta-feira.

OPINIÃO DA RBS. 5n4j26


OPINIÃO DA RBS 494k57

O direito à verdade 336m32

Se pairava alguma dúvida a respeito da utilidade de uma Comissão da Verdade para investigar a história recente do país, o livro e os depoimentos do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social do Espírito Santo Cláudio Guerra fornecem justificativas incontornáveis para a realização de uma apuração oficial, com a chancela da lei, do Direito e do Estado, sobre o destino de pessoas torturadas, mortas e desaparecidas durante o regime militar. Hoje pastor evangélico e supostamente arrependido de seus atos, Guerra revelou em depoimento a dois jornalistas, que deu origem ao livro Memórias de uma Guerra Suja, que pelo menos 10 corpos de presos políticos executados teriam sido incinerados numa usina de açúcar no norte do Estado do Rio em 1973. Entre as vítimas, estariam o gaúcho Joaquim Pires Cerveira e o catarinense João Batista Rita. Ambos integram a lista de 136 desaparecidos no Brasil durante o regime militar apresentada desde os anos 1980 às autoridades por familiares e organizações de direitos humanos.

Não se pode, de antemão, assumir como verdadeiras as afirmações de Guerra. É legítimo que sejam questionadas a idoneidade do denunciante (acusado de diversos crimes, ele foi condenado a 42 anos de prisão em regime fechado por um atentado a bomba em Vitória e responde a processo pelos assassinatos da própria mulher e da cunhada) e suas motivações (as revelações vêm a público quase 40 anos depois dos acontecimentos). Um fato, no entanto, é de todos conhecido e está inscrito na história brasileira: é ignorado o paradeiro dos corpos de mais de uma centena de oposicionistas que, entre os anos 1960 e 1970, se engajaram em enfrentamento armado com forças policiais ou militares ou foram vistos sob custódia em órgãos públicos.

É inissível que o Estado negue às famílias e à sociedade brasileira o direito à memória, ou seja, o de esclarecer total e irrevogavelmente o destino dessas mulheres e homens. A Comissão da Verdade tem essa missão. Não se trata de um instrumento de revanchismo com potencial para ressuscitar conflitos. Trata-se, isto sim, da proposta de resgatar um direito elementar, anterior à democracia constitucional e ao Estado de direito, consagrado pelas grandes religiões e pela arte clássica. Cumpre lembrar, finalmente, que os direitos humanos são um campo cada vez mais internacionalizado do Direito e que não são poucos os que consideram ser sua proteção um dever de todas as nações. Ora, num mundo em que genocidas e outros suspeitos de crimes contra a humanidade são cada vez mais alvo de processos em tribunais internacionais, não podemos cometer o erro de recusar a investigação do ocorrido em seus Anos de Chumbo, sob pena de se correr o risco de nos equipararmos a Estados párias. Verdadeiro ou falso, no todo ou em parte, o depoimento do ex-delegado reforça a convicção de que o Brasil e os brasileiros têm o direito de saber a verdade.