Dois acidentes de trânsito tiraram as vidas de duas pessoas na Região
Central, no sábado. O primeiro conteceu ainda de madrugada e vitimou Luan dos
Santos Godoi, 19 anos, em São Gabriel. No final da tarde, Celso Belmonte, 51
anos, morreu atropelado no portão de casa, em Faxinal do Soturno (saiba mais no
texto abaixo).
O jovem gabrielense, que era militar do Exército, conduzia
uma motocicleta pela Rua Maria Adelaide, no bairro Progresso, por volta das
2h15min, quando teria perdido o controle do veículo e batido em um poste de
concreto, perto da Escola Municipal João Manoel Salvadé. Segundo ocorrência
registrada na Polícia Civil, a Brigada Militar estava retornando do
patrulhamento para o quartel quando avistou a motocicleta na Rua das
Figueiras.
No momento em que a guarnição se aproximou, o jovem teria
saído com a moto em disparada. A viatura teria seguido em direção ao quartel da
Brigada e, no trajeto, teria avistado novamente a moto, que estaria atirada no
chão, na Rua Maria Adelaide. O jovem estaria caído no local, com o capacete fora
da cabeça, inconsciente e com sangramento na boca. Um dos policiais teria virado
o rosto do rapaz para evitar que ele se afogasse.
O jovem chegou a ser
socorrido pelo Samu e foi levado até Santa Casa de Caridade, mas chegou sem vida
ao local. Segundo os socorristas do Samu, Luan estaria usando capacete, mas o
equipamento teria rachado com o impacto. Ele sofreu diversas fraturas no rosto e
teve uma parada cardiorrespiratória.
Luan estava fazendo a primeira
habilitação, e a moto tinha sido comprada recentemente. Ele era soldado da 13ª
Companhia de Comunicação Mecanizada de São Gabriel e, segundo seu pai,
Alexsandro de Oliveira Alves, 36 anos, seria promovido a cabo em dezembro, mesmo
mês em que completaria 20 anos. Luan sonhava em ser militar desde criança. Ele
costumava acompanhar o pai no serviço durante os 8 anos em que ele serviu ao
Exército. Ontem, o jovem participaria da seleção para a Escola de Sargentos das
Armas (EsSA).
Família acredita que houve
perseguiçãoAlves afirma que está juntando provas para entrar
com um processo contra a Brigada Militar. Ele vai solicitar à policia que faça a
perícia da viatura que, segundo ele, teria perseguido Luan por mais de um
quilômetro, contribuindo com o acidente. A Brigada Militar nega a
perseguição.
Luan não tinha filhos, morava com os pais e as duas irmãs e
tinha uma namorada.
– Ele era a alegria da casa e muito querido na
cidade. No sepultamento e também no perfil dele na internet nós vimos a multidão
de amigos que ele tinha. O chefe dele disse que não perdeu um soldado, mas um
filho – afirmou o pai.
O sepultamento de Luan ocorreu às 18h de sábado no
cemitério do municipio.
diário de santa maria.